sábado, 22 de janeiro de 2011

EMERGÊNCIA EM SANTA CATARINA E ALERTA NO RIO GRANDE DO SUL

O vizinho estado de Santa Catarina volta a viver o drama da chuva. As regiões Leste e Nordeste catarinense foram atingidas nas últimas horas por volumes extremos de precipitação. A intensa instabilidade deixava até o começo da manhã deste sábado um saldo de pelo menos 3 mortos, 37 cidades com prejuízos e 24 em situação de emergência. O número de desalojados passava de 11 mil e os moradores afetados pela chuva em todo o estado catarinense se aproximava de meio milhão.


Os volumes de chuva foram extremos em vários municípios. De acordo com as estações meteorológicas do Ciram, os acumulados em 48 horas até 9h deste sábado atingiram 214 milímetros em Joinville, 155 em Massaranduba, 146 em Itapoá, 144 em São José e 107 milímetros em Urussanga. A chuva na estação automática do Inmet em Florianópolis nas 36 horas que incluem a sexta-feira e a primeira metade do sábado chegou a 144,2 milímetros. No mesmo período, a estação automática no bairro de Capoeiras (continente) acusou 149,6 milímetros e da Lagoa da Conceição 105,1 milímetros.

O caso mais extremo e impressionante é da cidade de São Francisco do Sul, Nordeste catarinense, onde em tão-somente 12 horas (entre 13h de sexta e 1h de sábado) choveu 283,5 milímetros na estação do Ciram. Em 48 horas, até 6h do sábado, o acumulado na cidade chegava a 435 milímetros. Já estação automática particular no Iate Clube Capri do município acusou 35,1 milímetros nas primeiras 12 horas deste sábado, impressionantes 286 milímetros ao longo da sexta-feira e outros 119,1 milímetros na quinta-feira, totalizando 440,2 milímetros em 60 horas. Com isso, o acumulado no mês neste ponto (Iate Clube) de São Francisco do Sul até o meio-dia deste sábado atingia impressionantes 731 milímetros. Para se ter uma idéia, a estação que registrou o maior volume de chuva na Região Serrana do Rio de Janeiro nos dias 11 e 12 indicou 296 milímetros em Nova Friburgo na soma dos dois dias. Este acumulado perto de 500 milímetros em São Francisco do Sul em apenas dois dias equivale ainda a 36% da média de chuva do ano todo em Porto Alegre.




Joinville decretou situação de emergência. Os prejuízos na cidade ainda estão sendo contabilizados pela Prefeitura, mas mais de cinco mil casas foram atingidas por alagamentos em vários pontos da cidade. Uma das preocupações das autoridades é com os deslizamentos, uma vez que o solo está encharcado. Já foram 120 ocorrências de queda de encostas, deslizamentos e desabamento de muros. Autoridades locais realizaram voo de reconhecimento na região para apurar os estragos (foto Secom).




São vários os alertas meteorológicos da MetSul neste momento. As pancadas de chuva hoje e nos próximos dias devem seguir fortes em Santa Catarina, mas de forma localizada, especialmente da tarde para a noite. Entre hoje e amanhã a instabilidade no estado catarinense diminui, apesar da manutenção de risco de chover forte, especialmente no Leste e no Nordeste do Estado. O Sul catarinense e a região da capital Florianópolis seguirão sujeitos a períodos de chuva forte a intensa localizada. Como o solo está saturado e os rios altos, há um alto risco de alagamentos e novos deslizamentos.

Merece muita atenção a tendência pela análise da MetSul das áreas de chuva mais forte que estão em Santa Catarina migrarem nas próximas horas para o Leste do Rio Grande do Sul com potencial de altos volumes em alguns isolados (50 a 100 milímetros em poucas horas). Durante todo este fim de semana a Metade Leste gaúcha terá condições favoráveis ao registro de pancadas de chuva forte a torrenciais, predominantemente isoladas. Neste sábado o risco é maior para a região entre Porto Alegre, o Leste da Serra e o Litoral Norte (incluindo Montenegro). No domingo, toda a faixa Leste do Estado permanece sob risco de chuva forte em alguns momentos, incluindo as praias e também Montenegro. Gradualmente, a possibilidade de chuva em altos volumes vai aumentar nas áreas mais ao Sul como Pinhal, Quintão, Palmares do Sul, Mostardas, até chegar às regiões de Pelotas (incluindo áreas de entorno da Lagoa dos Patos), São José do Norte e Rio Grande, onde o risco nos parece maior mais para o fim do dia hoje e neste domingo.

Fonte: MetSul Meteorologia/Correio do Povo de Jaraguá

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