terça-feira, 22 de junho de 2010

ESPECIAL - EMERGÊNCIA EM ALAGOAS E PERNAMBUCO

Chuva dizima cidade de União dos Palmares (AL)












Boa parte dos desabrigados pela chuva em União dos Palmares (AL) ainda não recebeu nenhum tipo de ajuda governamental. Eles sobrevivem graças aos amigos que dividem a pouca comida disponível, dormem amontoados em barracos e estão desde sexta-feira sem acesso a serviços básicos de higiene como banho e roupa lavada. As inundações atingiram cerca de 20% dos 62 mil moradores da cidade.Moradores relatam falta de comida e água e se recusam a ir para os abrigos com medo de brigas e roubos. “Estamos passando fome. Ontem tivemos que catar comida no meio da lama para dar aos meninos. Estamos comendo lama”, reclamou Deise de Andrade. Ela e pelo menos outras 30 pessoas, na maior parte crianças, se recusam a ir para os abrigos da prefeitura com medo de brigas e roubos – fatos registrados em outras enchentes na cidade.

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Pernambuco parece o Haiti, diz bombeiro







As chuvas dos últimos dias que destruíram casas, hospitais e comércios e provocaram a morte de 12 pessoas em Pernambuco dão ao coronel Valdir de Oliveira, do Corpo de Bombeiros do Estado, a sensação de que por ali passou um terremoto. “As cenas que você vê são iguais àquelas do Haiti na TV”, afirma, em referência ao terremoto de 7 graus na escala Ricther que provocou a morte de mais de 200 mil pessoas e desvatou o País mais pobre das Américas em 12 de janeiro deste ano.
A comparação – exagerada aos olhos de quem não foi afetado pelas enchentes – é o jeito encontrado pelo coronel para dimensionar a destruição observada no Estado. “Por onde o rio passou caiu tudo. Só há lama”, diz. Segundo ele, a pior situação é vista nas cidades de Barreiros e Palmares, que foram atingidas pelo transbordamento do rio Una. Além delas, outras cinco cidades decretaram estado de calamidade pública. O último balanço da Defesa Civil aponta que há 24.331 pessoas desalojadas e morando temporariamente na casa de amigos e parentes. Pelo menos outras 17.719 estão desabrigadas, sem ter para onde ir, e precisam da ajuda do Governo. “As pessoas perderam tudo, algumas só ficaram com a roupa do corpo”, afirma. De acordo com Oliveira, todo o efetivo do Corpo de Bombeiros, formado por 2.350 pessoas, está nas ruas desde quinta-feira, dia 17, quando teve início os temporais. Ainda assim, a equipe é insuficente para ajudar tantas vítimas. O jeito foi acionar quem ainda nem se formou. “Tem uma escola com 400 soldados que já estão trabalhando no socorro”, diz. O coronel Oliveira afirma ainda que a força devastadora do rio danificou pontes e invadiu hospitais. O Hospital Municipal de Barreiros foi improvisado em uma escola, onde hoje macas dividem espaços com lousas. A Aeronáutica enviou, nesta manhã, um Hospital de Campanha ao município. Além do atendimento emergencial à população, a preocupação dos Bombeiros é evitar que doenças causadas pela chuva, como a leptospirose, se propaguem. Conforme Oliveira, oficiais da Corporação foram enviados às cidades mais atingidas para coordenar o trabalho da Defesa Civil de distribuição de donativos, limpeza de vias e atendimento aos desabrigados. A prioridade também é restabelecer energia elétrica e enviar água às vítimas por meio de caminhões pipa. “É uma operação de guerra”, afirma.

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Município de Alagoas praticamente sumiu do mapa, diz secretário


O município de Branquinha, em Alagoas, praticamente sumiu do mapa. A informação é do secretário de comunicação do governo do Estado, Nelson Ferreira. Segundo ele, até o momento são 19 mortos e mais de mil desaparecidos decorrente das fortes chuvas que atingem a região. As cidades que ficam próximas aos rios Paraíba e Mundaú foram as mais prejudicadas, afirmou Nelson Ferreira à Rádio Bandeirantes.

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"Como uma Tsunami
"

O que aconteceu em parte dos estados de Alagoas e Pernambuco guarda semelhança com o que ocorreu no Vale do Rio Pardo, aqui no Rio Grande do Sul, na primeira semana deste ano, e na região de Pelotas, em janeiro de 2009, logo é muito diferente das tragédias de Santa Catarina e do Rio, onde queda de encostas trouxeram vítimas e destruição. As mortes no Nordeste, na sua grande maioria, não decorreram de deslizamentos, mas de uma verdadeira massa de água, que moradores compararam a um tsunami, que "varreu" a região, levando tudo que tinha pela frente. Clique sobre a foto abaixo para ampliar e veja pela posição dos coqueiros e os demais danos como a água avançou sobre as cidades com ferocidade e rapidez que não permitiram às pessoas escapar.



(Foto:
Bobby Fabisak)
(Fotos: Agência Estado)
(Fonte: De olho no tempo, com informações Agência Estado - Último Segundo)

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