segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

ADEUS METEOROLOGISTAS !


São tantas histórias incompreensíveis de futuros desperdiçados. De futuros cientistas que deixaram de ser. De jovens mentes brilhantes que se foram. De lindos moços e moças que nada mais buscavam que viver, se divertir, confraternizar com seus amigos, mas que jamais retornaram para casa numa fria madrugada de verão de 27 de janeiro de 2013. Na dolorosa lista de histórias da tragédia de Santa Maria que massacra nossos corações, duas nos tocaram profundamente. Profundamente!


Mariana Macedo, de São Gabriel, estava no quarto semestre do curso de Meteorologia da Universidade Federal de Santa Maria. Seu professor ainda no começo do curso, Ernani Nascimento, a descreve como uma aluna alegre. “Estava sempre sorridente, por onde passava”. Natural do município de São Gabriel, Mariana tinha apenas 19 anos. Recentemente, a meteorologista da UFSM tinha participado do Projeto Chuva, iniciativa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais que no final do ano esteve no Rio Grande do Sul. Interessada por Agrometeorologia, Mariana Macedo participou da montagem das rádiosondagens. Os colegas resumem a amiga como uma pessoa meiga e afável.

Lincon Turcato Carabagiale era natural de Ijuí. Há só duas semanas havia concluído o estágio no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, em cachoeira Paulista, São Paulo. O chefe da Meteorologia do INPE recorda que Lincon, que aguardava sua formatura e já tinha sido aprovado para o Mestrado na UFSM e na USP, comparecia ao estágio no Cptec fardado da sua paixão: o Grêmio. “Brinquei com ele sobre nossas afinidades de cores, afinal sou Racing”, recorda o meteorologista argentino Gustavo Escobar do INPE. Amigos contam que Lincon costumava rir muito ao falar das suas viagens de férias em que, segundo o meteorologista da UFSM, tudo dava errado. O carro estragava, carona em caminhões, ou quando o imprevisto era apenas se perder. 

Lincon e Mariana eram, ademais, namorados. Partiram juntos! Como sempre estavam. Sonhavam em prever as nuvens. Olhavam para o céu. Estudavam as nuvens. Conheciam e decifravam seus segredos. Hoje, podem tocá-las com a alma!

Fonte: MetSul Meteorologia 

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