sábado, 21 de agosto de 2010

CHUVA ÁCIDA NO RS TEM ORIGEM DAS QUEIMADAS DO CENTRO-OESTE DO BRASIL

No dia 12 de agosto, alguns pontos da cidade de Porto Alegre e outras cidades do interior Gaúcho foram atingidos por uma chuva acompanhada de uma fuligem de cor alaranjada, fenômeno conhecido como "chuva ácida". Segundo o pesquisador do CPTEC/INPE, Saulo Freitas, o evento está relacionado com a emissão de poluentes de queimadas, provenientes das regiões Centro-Oeste e Norte do País e de países vizinhos, como Paraguai e Bolívia.

Segundo o especialista do CPTEC, a fuligem de queimadas chegou à região Sul transportada por massa de ar oriunda destas regiões, percorrendo alguns milhares de quilômetros. Parte dessa massa de ar, carregada de produtos de queimadas, dirigiu-se para o sul e leste indo de encontro a uma área de instabilidade com chuva, onde se localizava uma frente fria que avançava sobre a região Sul do País. A chuva, ao atravessar as áreas poluídas, precipitou também a fuligem de queimadas composta de material particulado fino, depositando-se sobre a superfície de diversas cidades da região Sul, incluindo a capital gaúcha.



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Atualização I - 22/08 às 14:15


Não havia uma nuvem e o dia era ensolarado, mas quem olhasse neste final de semana para o céu aqui na região da Grande Porto Alegre e Vales notava claramente um tom acinzentado, resultado da presença de fumaça de queimadas.


É enorme a quantidade de focos de fogo neste momento na América do Sul. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais mostram que em 24 horas, entre os dias 20 e 21, foram anotados 9770 focos no Brasil, 3834 na Bolívia, 1083 na Argentina e 711 no Paraguai.

Os incêndios atingiram níveis críticos nos últimos dias na Bolívia. O quadro é tão grave que o governo convocou as forças armadas, pediu ajuda ao Brasil e Argentina e admitiu que não tem recursos técnicos e humanos para combate as chamas. Estima-se que 6% do território boliviano esteja em chamas.

Note na animação abaixo da imagens de satélite em alta resolução do sábado como de manhã a fumaça estava mais concentrada no Oeste e no Norte do Estado, mas que no decorrer do dia tomou conta de grande parte do território gaúcho.



O temor é que posa voltar a se produzir chuva com fuligem, tal como se deu na última quinta-feira em Livramento, o que assustou os moradores pelo aspecto negro da chuva, ou mesmo no último dia 12 de agosto em Porto Alegre. Aquele evento do dia 12, aliás, foi classificado como "chuva ácida", o que é grave, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.


Pôr do sol avermelhado lembrava uma lua cheia nesse sábado e domingo

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