Prefeituras do Vale do Sinos estão de olho nas águas do Rio Caí para amenizar a seca

Montenegro e São Sebastião do Caí em risco
O Comitê Caí destaca ainda que alguns municípios da bacia hidrográfica do Rio Caí tem seu abastecimento público de água a partir do leito das águas. Dentre esses, São Sebastião do Caí e Montenegro, que juntos abastecem aproximadamente 80 mil habitantes, estariam correndo risco de falta de abastecimento caso a transposição seja aumentada. "Qualquer aumento no volume da transposição, em função da estiagem que atinge a região, causará reflexos negativos que serão sentidos ao longo da bacia hidrográfica", destaca a entidade.
A reportagem do Jornal Ibiá procurou os prefeitos de Montenegro, Percival de Oliveira, e de São Sebastião do Caí, Darci Lauermann, ambos do PMDB, para comentar a questão. De acordo com Lauermann, a prefeitura caiense não foi contatada para tratar do assunto. "Para mim, esse movimento dos colegas do Vale do Sinos é novidade. Estranho que eles não tenham feito contato conosco e, com certeza, temos de avaliar com cuidado tudo o que envolve o nosso Rio." O prefeito de Caí destacou ainda que "se estudos técnicos apontarem que não haverá consequências para nossa região, não vejo problema em se mexer nas barragens. Agora, não irei aceitar prejudicar minha comunidade em prol de Novo Hamburgo ou São Leopoldo." O prefeito de Montenegro tem posição definida sobre a questão. "Somos radicalmente contra o aumento da passagem de água para o Rio dos Sinos e apoiamos o posicionamento do Comitê Caí". Percival de Oliveira salientou que não se pode resolver um problema criando outro. "Conhecemos e entendemos a situação de crise enfrentada pela população do Vale do Sinos, mas temos de pensar na nossa região primeiro."
O Jornal Ibiá procurou os órgãos responsáveis ligados à Prefeitura de São Leopoldo, mas devido ao feriado municipal desta quinta-feira, ninguém foi encontrado.
"Decisão tem de ser tomada em conjunto"
A diretora de recursos hídricos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), engenheira civil Nanci Begnini Giugno, confirmou a existência da proposta de transposição das águas e a entrega do ofício por parte do Comitê Caí. "Estamos com um problema sério de estiagem, então surgem várias alternativas para contornar a situação. Entre essas possibilidades, está a liberação de mais água do Rio Caí para o Sinos. Porém, ressalto que não existe nada definido, pois a decisão tem de ser tomada em conjunto por todos, os dois comitês, a população e a Sema."
A diretora da Sema destacou ainda que a prioridade do uso da água é sempre o consumo humano.
Fonte: Jornal Ibiá - 09/12/11
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